sábado, 27 de março de 2010

27/03/10 - Sáb: 1.342 km - Rio Grande > São Paulo

Acordo às 6h e saio do hotel antes de servirem o café da manhã. Passo num caixa eletrônico e às 6:35h já estou na fila da balsa que atravessa de Rio Grande para São José do Norte, comendo um pão caseiro que trouxe de La Plata e tomando um suco que passou a noite no frigobar do quarto justamente pensando neste momento.

Segundo o recepcionista do hotel, hoje é sábado e há somente três balsas: 7h, 13h e 18h. Não posso perder a das 7h de jeito nenhum, por isso chego bem cedo na fila que já estava grande. Foi a sorte pois o meu carro foi um dos últimos a embarcar. A balsa está tão apertada que nem consigo sair do carro. Melhor, deitei e no banco e dei uma descansada.

Às 7:45h já estou na estrada do outro lado da Lagoa dos Patos para percorrer a estreita faixa de terra que fica entre a Lagoa e o Atlântico (não encontrei o nome desta “península”) por onde passa a BR 101, seguindo 318 km até Osório. Desta vez eu não pego a Estrada do Mar e continuo na 101 sentido Floripa. A estrada está em obras de duplicação e alterna trechos muito bons com muito ruins, mas de uma forma geral vou bem.

Passando este longo trecho em obras a coisa fica fácil e nem sinto a viagem que segue tranquila passando por Joinville, e subindo quase 1000 metros de serra do mar até o rodoanel de Curitiba.

São 18:30h, faltam apenas 404 km pra chegar em casa e me sinto muito bem. Quer saber? Vou tocar direto pra casa! Paro num posto mais adiante, encho o tanque, como um lanche e tomo um café.

Vou sem pressa curtindo um Luiz Gonzaga, feliz por estar completando a viagem, um sonho quase realizado, falta pouco! Que sensação boa. É bom viajar, mas também é muito bom voltar pra casa. Tenho saudades da família, da Marina, dos amigos e do meu quarto. Estou tão bem que nem sinto os últimos km da viagem. Além de tudo, chegar em São Paulo num sábado à noite é um privilégio, não pego nenhum trânsito.

Chego na casa de Marina sem avisar e faço uma surpresa! Sábado, 27 de março de 2010, às 23:55h. Missão cumprida, sonho realizado! Foram 48 dias de estrada.

É amigos, vou parar de encher a caixa de e-mails de vocês. Agradeço a todos pelos e-mails, frases de incentivo e orações.

Sei que é uma frase velha, conhecida por muitos, chega a ser até piegas. Mas gostaria de finalizar o meu diário com as sábias palavras do Amyr Klink, escritas em seu livro Mar Sem Fim.

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver AMYR KLINK.


Valeu demais!!!

PC

2 comentários:

  1. Paulinho, bem vindo de volta!!!
    Sua viagem foi incrível, assim como seus relatos. Nos emocionamos com você, parecíamos que estávamos juntos!!!
    Fiquei com dor de barriga no episódio da Eco atravessando o rio!

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  2. Valeu Dri!
    Obrigado a você e ao Bruno por me ajudarem com o blog.
    Estou fazendo um filme com as melhores fotos e vídeos da viagem. Quando estiver pronto vou lhe fazer a tão prometida visita em sua casa, com quase 2 anos de atraso... rsrsrs!
    Beijos,
    Paulinho.

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