segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

15/02/10 - Seg: 313 km (202 km de rípio) - Puerto Madryn até Península Valdés e Puerto Pirâmides

Ripio bom

Estrada Patagônica

Deserto sem fim

Tatu curioso

Leões perto

Leões longe

PC e Marina - Punta Norte

Amor durante

Amor depois

Víbora

Punta Norte

Caleta Valdés

PC - Caleta

Punta Cantor

Raposa

Caleta Valdés 2

Elefantes Marinhos

Hoje saímos cedo em direção ao norte novamente para conhecer a Península Valdés. Este incrível pedaço de terra árida é rodeada por um mar azul marinho maravilhoso, bem parecido com o mediterrâneo. Está ligada ao continente por um estreito ístimo e depois a península se abre ao norte e ao sul formando dois golfos: ao norte o Golfo San José e ao sul o Golfo Nuevo, onde está a cidade de Puerto Madryn.

Para entrar na península pagamos $ 45 pesos por pessoa. Nosso objetivo é chegar à Punta Norte, uma praia que abriga cerca de 5 colônias de leões marinhos (aqui na argentina são chamados de lobos marinhos mas são a mesma coisa). Esse nome vem do fato que os machos adultos desta espécie possuem uma espécie de juba, assim como os leões. Esses lindos animais vivem em águas frias e se alimentam basicamente de peixes e moluscos. Nesta época do ano passam semanas deitados na areia bem próximo ao mar. Isso porque os filhotes ainda estão aprendendo a nadar e dependem da mãe para comer. Nos meses de Março e Abril os filhotes já passam bastante tempo na água bem perto da areia e nessa época é comum ver aqueles ataques de baleias orcas que aproveitam a maré cheia e se jogam na areia na tentativa de capturar algum deles. É uma cena impressionante, a natureza nua e crua, que acabamos não vendo. Pena.

Aqui vale uma observação que aprendemos no Eco Centro de Puerto Madryn. As orcas na verdade não são baleias e sim grandes golfinhos. As baleias não possuem dentes e sim uma espécie de filtro de queratina que retém o alimento. Outra diferença está na mandíbula, os golfinhos possuem uma mandíbula única, como a nossa, que começa de um lado da boca até o lado oposto. Os ossos da mandíbula de uma baleia começam na articulação mas não se unem lá na frente, onde seria o queixo e os dentes incisivos. Devido à forma como se alimentam as baleias possuem grandes mandíbulas o que numa baleia franca, por exemplo, chega a cerca de 1/3 do seu corpo. Os golfinhos possuem cabeças menores com mandíbulas articuladas e dentes afiados.

As 5 colônias que vivem em Punta Norte totalizam aproximadamente 1800 leões marinhos. Numa das colônias havia um casal de leões um pouco mais afastado se amando de uma forma muito intensa. Depois de quase uma hora eles se deitaram um ao lado do outro, exaustos, como se estivessem conversando e fumando um cigarro. Nas colônias os animais ficam todos misturados, machos, fêmeas, jovens e os pequenos filhotes (cachorros em espanhol). Os filhotes são lindos e desengonçados tanto na terra quanto na água, tomando vários “caldos”. Ficamos um bom tempo observando esta linda paisagem. Apesar do sol que aparece nas fotos sofremos com um vento constante e gelado.

Da Punta Norte descemos para a Caleta Valdés, um braço de terra que forma um canal de água salgada. Não se pode chegar à caleta mas sim observá-la da península. Fascina as cores do mar que na caleta possui um azul claro e depois do braço de areia volta ao mesmo e intenso azul marinho. Neste ponto encontramos alguns pinguins, uma raposa e uma família de elefantes marinhos. Os elefantes na verdade são grandes focas, possuem um corpo comprido, grande e pesado, um macho adulto pode chegar aos 6,5 metros de comprimento e 4 mil kg. O macho é bem maior do que a fêmea e possui uma espécie de focinho alongado que lembra uma tromba. No verão estão em época de reprodução e também ficam na areia, apesar de passarem 80% de suas vidas na água.

Na península praticamente não há asfalto e sim as famosas estradas de rípio, uma espécie de cascalho com pedras arredondadas de diversos tamanhos. Ao dirigir no trilho formado pelos carros temos boa estabilidade, mas qualquer saída deste trilho o carro já fica bem difícil de controlar. Recomenda-se andar bem devagar neste tipo de piso, pois é muito difícil frear e muito fácil sair da pista. Mesmo assim muitos argentinos malucos passam no pau a todo momento. Além disso, há sempre o risco de voar uma das pedras e quebrar um pára brisa ou um farol. Por isso, ao cruzar com outros veículos, ao ser ultrapassado e principalmente ao ultrapassar, deve-se triplicar o cuidado e reduzir a velocidade. Hoje rodamos 202 km no rípio.

Voltamos à “entrada” da península onde fica a vila de Puerto Pirâmides, um lugar bem simples onde vemos ossos de baleias decorando muitas entradas de estabelecimentos. Temos a impressão de estar numa cidade fantasma no meio do deserto. E é quase isso mesmo.

Jantamos no restaurante La Estación, um ponto de encontro da cidade com menu bem variado e ótima comida. Vamos dormir cedo depois de mais um dia maravilhoso. Vejam as fotos!


Beijos,

PC e Marina.

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