quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

10/02/10 – Mostardas (RS) > Montevidéu (URU): 734 km

São 8:15h. Saio de Mostardas em direção à Rio Grande. Que sensação de paz! Dirijo por uma pista que corta a Reserva de Taim. Dos dois lados vejo uma extensa área plana interminável. Os pastos predominam, mas também há muitos lagos e árvores que atraem uma variedade enorme de animais. Vejo muitas garças, sozinhas e em grupo, bem-te-vis, pica-paus de penacho vermelho, pequenos pássaros pretos kamikazes que insistem em tirar finas na frente do carro, duas capivaras correndo ao lado das áreas alagadas e o mais lindo do dia: 2 falcões em uma árvore bem ao lado da pista. Imediatamente paro o carro (já não passa quase ninguém por aqui) e fico olhando os dois de binóculos. Lindos! Tiro algumas fotos, mas o zoom da máquina não é lá essas coisas. Só ao vivo mesmo. Sigo viagem por esta linda paisagem e um asfalto perfeito. Já nem olho mais para o velocímetro e sim para o conta-giros, mantendo-o entre 2.500 e 3.000 rpm, um ritmo confortável em 5ª marcha perfeito para apreciar e curtir a viagem. Como é bom ser o meu próprio patrão e planejar a viagem num ritmo confortável, sem pressa. Se eu fizesse essa viagem pelo Itaú certamente seria obrigado a percorrer distâncias malucas e ainda enviar um relatório detalhado de hora em hora.

Mostardas (pra quem ainda não fuçou no google maps) fica naquela faixa de terra do Rio Grande do Sul, entre o Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos. Este caminho é pouco utilizado, pois para chegar em Rio Grande não há ponte e deve-se pegar uma balsa de 30 minutos. Nada demais para quem vai percorrer 14 mil quilômetros.

Até o Chuí mais 250 km. Na saída de Rio Grande errei a estrada duas vezes! Mas logo percebi e voltei para o caminho certo. Mais reserva natural e mais aves kamikazes. A 30 km do Chuí parei para almoçar no único lugar que apareceu na estrada, já eram duas da tarde. Se eu fosse ligar para a aparência do lugar virava as costas e ia embora. Resolvi arriscar e me dei bem: um delicioso bife macio e acebolado, arroz, feijão, salada, ovo estrelado, suco e café. R$ 13,80!!

Passei pela aduana sem problemas. Ao entrar no Uruguai a paisagem muda. Voltam a aparecer algumas montanhas, muitas árvores e grandes lagoas. A gasolina é quase o mesmo preço do Brasil: R$ 2,85/litro.

Primeiro vacilo da viagem! Tão acostumado a usar o sem-parar no Brasil, com quase 180 km rodados no Uruguai me aparece um pedágio na estrada. Pensei: “humm, ferrou”. Não tenho um centavo em pesos uruguaios. Pensei no hotel e na gasolina que aceitam cartão de crédito, claro. Mas pedágio! Que falha de programação. Chegou a minha vez e já mandei um: “hola que tal?, no tengo pesos uruguayos...” Mas a mulher já deve estar acostumada com esse tipo de vacilo. Me deixou pagar em Reais e ainda me deu o troco em pesos uruguaios para pagar os próximos. E olha que a conversão foi boa: 10 pra 1.

Amanhã será um dia curto, menos de 300 km. Mereço um descanso depois de mais de 2.000 km. Chegarei em La Plata, que fica a 60 km de Buenos Aires na casa dos queridos amigos Dardo, Ale e Naty.

Já tirei algumas fotos mas não estou conseguindo baixar para o micro, acho que o leitor do cartão de memória está com pau. Assim que resolver isso envio algumas a vocês.

Bjs,

PC

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